Pela primeira vez em 32 meses, o mercado de saúde suplementar apresenta crescimento do número de beneficiários de planos médico-hospitalares na variação anual. De acordo com números da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) com base em dados da ANS, o setor apresentou avanço de aproximadamente 64 mil novos vínculos para planos de saúde médico-hospitalares no período de 12 meses encerrados em janeiro desse ano, ultrapassando os 47,4 milhões de beneficiários. Considerando as bases de dados com a série histórica de beneficiários disponíveis da ANS, a última variação positiva em 12 meses havia sido em junho de 2015 – crescimento de 0,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Segundo o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, apesar de tímido, o avanço de 0,1% pode marcar uma mudança significativa para os rumos do setor em 2018. “O período de 12 meses exemplifica com maior exatidão o comportamento do mercado. Mesmo que seja possível verificar crescimento mensal em determinadas publicações dos últimos meses, essa variação costuma ser imprecisa, pois tende a ignorar comportamentos sazonais ou apresentar correções posteriores por parte da ANS”, argumenta Carneiro. “Contudo, a variação de 0,1% é bastante pequena e é preciso cautela e ciência de que o número pode ser corrigido posteriormente pela ANS”, completa.
Ainda assim, o executivo acredita que o mercado está se aproximando do início de um processo de recuperação. “Mesmo que proporcionalmente este avanço de 0,1% represente uma certa estabilidade, mais do que um crescimento, pode ser um sinal positivo de que a saúde suplementar se prepara para uma retomada”, analisa. “É preciso destacar, entretanto, que a recuperação dos mais de 3 milhões de vínculos rompidos desde o fim de 2014 não se dará de forma rápida, mas gradual.”
O IESS reforça que a possível retomada do crescimento no setor está diretamente ligada a economia nacional e a geração de empregos formais em setores como o de comércio e serviços nos grandes centros urbanos, onde as empresas tendem a oferecer o benefício do plano de saúde.
Números de destaque
Entre janeiro de 2017 e o mesmo mês de 2018, as regiões com maior crescimento no percentual do número de beneficiários de planos médico-hospitalares foram o Sul, com avanço de 1%, e o Nordeste, com alta de 0,8%. Proporcionalmente, o Piauí teve o maior crescimento, registrando incremento de 3,9% e o Mato Grosso do Sul teve a maior queda de vínculos, com retração de 11,9%.
Já em números absolutos, a maior queda ocorreu no Estado do Rio de Janeiro, cuja perda foi de 70.921 beneficiários no período de 12 meses encerrados em janeiro de 2018. Queda de 1,3%. Em contrapartida, o Paraná ganhou 50.645 beneficiários no mesmo período. Alta de 1,8%.
Para os planos exclusivamente odontológicos, apesar de todos os estados terem registrado variação positiva nos 12 meses encerrados em janeiro deste ano, o Ceará apresentou o maior crescimento proporcional, com avanço de 15,9%, ou seja, 124,3 mil novos vínculos. Já o Estado de São Paulo teve o maior acréscimo em números absolutos: 591,5 mil novos beneficiários, elevação de 7,8%.
Fonte: Federação Brasileira de Hospitais